segunda-feira, outubro 29

O sportinguismo morreu...

... venha a travessia no deserto e a competência que é o que mais precisamos agora. Não me venham com histórias de símbolos e exemplos de sportinguismo e falar em mística e não sei mais o quê.

E, por favor, que se calem os Dias Ferreira's, Eduardos Barroso's que por aí andam. Já estou farto de quem opina em Alvalade gratuitamente, sem nunca ter demonstrado capacidade para fazer melhor. Estou cansado destas gentes.

O que o Sporting precisa não é de heróis ou de porta estandartes. O Sporting precisa de pessoas que saibam liderar, que tenham competências para o fazer e, sobretudo, que tenham tomates para saber viver com a contestação do insucesso, confiantes que o bom trabalho dará sempre bons frutos no futuro.

Projectos de ano e meio que se desmoronam com as primeiras derrotas é sinal de uma fraqueza tão grande... Sinceramente, já nem me chateiam estas derrotas, empates, exibições. Já há muito tempo que ando preocupado com outras coisas no meu Sporting!!!

7 comentários:

Unknown disse...

Foi mau demais. Foi angustiante. Foi de levar ao desespero. Uma equipa perdida psicologicamente e sem capacidade para impor a sua qualidade em campo. Não há optimismo que consiga resistir ao que se tem passado, semana após semana, quando o Sporting entra em campo. Voltámos a não sofrer golos, algo que só tinha acontecido com V. Guimarães e Basileia, mas por outro lado o ataque foi miserável. Sem dinâmica, sem desequilíbrios e com uma estratégia muito mal pensada, à espera que uma consistência da mediocridade pudesse fazer a diferença. Oceano também é culpado, muito culpado. Afinal de contas, isto também é o Sporting.

Gosto de acreditar que aprendi a ser do Sporting, ninguém me ensinou, ninguém me forçou ou indicou o caminho. Encontrei uma figura a copiar na família e percebi com ela o sportinguismo. Dava-me lições do que era o Sporting mas sem me impor o que quer que fosse. Mostrava-me o que o clube tinha de bom sem sequer precisar de dar a entender o que tinha de mau. Era a fase do jejum, ninguém deixava passar isso em claro. Não faltavam adultos a promover lavagens cerebrais, a ridicularizar o Sporting e a vangloriar o Benfica. Ser do Sporting era mais do que isso, era ter orgulho.

É perfeitamente natural que tenha uma visão mais romântica daquele tempo, de achar que naquela fase, apesar de não ganharmos, é que era. Para mim, era porque havia Balakov, um mago búlgaro que fazia tudo. A classe abundava naquelas equipas, com Figo, Cadete, Peixe e até Nélson e Paulo Torres pareciam dois laterais de fazer inveja a todos os adversários. Ofensivos como se queria numa equipa com o Sporting. Mas sejamos honestos, essa geração apareceu num período em que o Sporting esteve 13 anos sem ganhar um único campeonato, uma única Taça de Portugal. Salvou-se uma Supertaça a que fomos por termos perdido a Taça de Portugal. Por outro lado, tenho a certeza que quem tenha nascido dez anos, dirá o mesmo do que eu mas sobre António Oliveira ou Manuel Fernandes. E que quem veio depois terá João Pinto ou Hugo Viana. É sinónimo do romantismo que sentimos quando estamos a crescer em volta de um fenómeno.

O mundo mudou. O Sporting parece estar imerso numa nova fase terrível e leio constantemente desabafos de adolescentes que dizem que o Sporting não é isto. Têm 15, 16, 17 anos. Faço as contas e vejo que não sabem o que dizem. Só por terem aprendido a falar enquanto se ganhavam títulos, não quer dizer nada. O Sporting não devia ser isto, isso sim. Mas é isto. É isto agora, foi isto há 20 anos, foi isto praticamente desde a década de 60, em que se contentava por ganhar um título a cada três do Benfica.

E o que posso dizer mais? Este Sporting está capaz de envergonhar o adepto mais optimista mas ser do Sporting continua a ser um orgulho. Ser do Sporting é ser diferente, sim. Não é melhor, nem pior, é diferente. Ter liberdade de escolha e optar pelo Sporting é único. Não é ser alternativo ou hipster, mas ter personalidade. Não é ser refém do "maior de Portugal" ou do que ganha mais. É abrir os olhos, ponderar e escolher um caminho, porque a vitória não pode ser o único fundamento de uma escolha, de uma paixão.

Sofro com este Sporting. Sofro eu, sofres tu, sofrem os adolescentes que acreditam que isto não é o Sporting. Infelizmente, já não sofre quem me mostrou o que era ser do Sporting. Já morreu e é uma pena. Faz-me falta ter alguém tão próximo com quem partilhar este orgulho.

Anónimo disse...

Que belíssimo comentário JN S. Parabéns.

Vercauteren tem pela frente um grande desafio mas isso, também, pode ser bom.

O SCP tem plantel para muito mais, isso é unânime e resta saber se o belga consegue potenciar os jogadores, se tem uma ideia para recuperar este SCP e se terá as condições necessárias para que isso aconteça.

Tenho um bom feeling em relação ao novo treinador de Alvalade.

Unknown disse...

Obrigado luis. E acredito que não seja um sentimento único, simplesmente agora foi o momento em que tudo saiu.

Quanto a Vercauteren, partilho o optimismo. Mas, lá está, agora está complicado.

www.sportingpensado.blogspot.com

Hugo disse...

O comentário do JN merecia um post

J. disse...

Tb acho.
Se nos der autorização, ponho já aqui o comentário do JN como post,não deixando que ng poste por cima para aí por uma semana.

O sportinguismo está mesmo de luto!!!

Pedro disse...

"Tenho um bom feeling em relação ao novo treinador de Alvalade."

Luis, não sejas mauzinho

Unknown disse...

J., por mim estás à vontade para fazeres isso com o comentário, não há problema algum