sexta-feira, novembro 16

Oxalá Guardiola beba café

James e Jackson! A conexão colombiana que, à hora que escrevo este texto está em trânsito pelo Oceano Atlântico, mostra a cada jogo o novo perfume colombiano que se espera que encante o mundo do futebol. Na madrugada de quinta-feira, os 'cafeteros' mostraram que podem parar uma das selecções mais fortes do planeta. Os seus excelentes intérpretes já foram alvo de muitos textos, mas por trás da desenvoltura individual que os colombianos apresentam está uma organização de jogo corajosa e competente. Pekerman é o principal responsável de um 'Starbucks' cujo o gerente é o '10' do FC Porto. Sem um e sem o outro a Colômbia poderia augurar o sucesso, mas nunca com aquele perfume.

Se é verdade que não foi mais que um empate e que o Brasil (o ultra-poderoso Brasil) poderia ter ganho o jogo, é a Colômbia que me importa referir e sublinhar. Isto porque de tempos a tempos olha-se para a canarinha e sem surpresa vêm-se alguns dos melhores jogadores do Mundo no relvado e, até, no banco. O Brasil provocar surpresa no futebol é mais ou menos como um álbum dos Radiohead ser bom. No surprises! Mas em relação à Colômbia, o caso já não é bem o mesmo. De facto, só me recordo de uma grande selecção colombiana e a mesma teve o sucesso de que todos nos lembramos. O Mundial'94 foi da euforia e ilusão à tristeza manchada de sangue e nunca o maestro Valderrama pôde espalhar magia (e cabelo) pelas eliminatórias a fora.

Passaram os anos mas o sucedido está bem na memória, e o caso faz olhar para cada ponta de euforia de soslaio. E se talvez tudo tivesse surgido para não se tropeçar desta vez? Seria fantástico que a travessia pelo Brasil'2014 levasse a Colômbia, 20 anos depois, a um lugar que o seu futebol, de momento, merece. Qual é ele? Depois vê-se, não se preocupem. Mas, dizia eu, que o futebol colombiano desta geração me encanta por várias razões. A primeira é que não é o Brasil, a França, a Alemanha, a Espanha que o praticam. A segunda é que bons jogadores há muitos, mas estilo que os potencie totalmente há poucos. Pekerman gosta de controlar o jogo e não se assusta com gigantes. Mantém-se fiel ao que defende mesmo que isso implique deixar Messi no banco (lembram-se?). Ora, isso pode ser bom ou mau. Já foi mau para a Argentina mas será, certamente, bom para a Colômbia que, como outsider, beneficiará dessa coragem. A terceira, e só a terceira, são os jogadores. Um onze muito forte com atributos de classe mundial lá dentro. Interessam-me sobretudo os do FC Porto e o exagero terá de ser doseado na sua apreciação.Jackson (que não é primeira escolha de Pekerman) é muito bom de bola e é um dos melhores avançados a jogar de costas para a baliza. James será dentro em pouco o melhor médio criativo do planeta e quem gosta de futebol tem de rezar incessantemente: Deus, por favor meu Barbinhas que estás no céu, não permitas que o puto vá para onde o Guardiola não for. Por favor, por favor...

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