domingo, fevereiro 2

No caminho Marítimo para um 'tetra' nada Académico será que Fonseca vai ver Luz?

Olhando para o Marítimo-FC Porto só há uma coisa que realmente (mas realmente mesmo) surpreenda. E essa não é a derrota que os tri-campeões nacionais averbaram nos Barreiros (1-0), não é o mau futebol praticado (também mostrado há uma semana no Dragão frente ao mesmo adversário), nem tão pouco a excessiva procura de Quaresma, o desaparecimento de Jackson no 'fio-de-jogo' (ou amostra dele), ou um meio-campo remodelado que não consegue segurar os jogos. A verdadeira surpresa surgiu até depois do jogo, quando Paulo Fonseca, ao invés do habitual discurso enrolado e encenado, admitiu que a equipa não soube ser agressiva e controlar o adversário na sua melhor fase.




E esse parece ter sido um assomo de 'luz', um 'glimpse' de verdade, numa mente que outrora só viu bons jogos, boas tentativas e erros de arbitragem para justificar as outras duas derrotas que já averbou na Liga 2013/14. E se Paulo Fonseca já percebeu que a este FC Porto lhe falta garra, e pressão, para controlar, defensivamente, os adversários (em Alvalade para a Taça da Liga e na Luz para o campeonato, o FC Porto foi engolido pela pressão dos rivais), essa até pode ser uma 'vitória' no dia de outro, já habitual, péssimo resultado para os dragões.

De facto, Paulo Fonseca acerta quando diz que o Marítimo entrou forte, esticado no terreno (como já o havia feito no Dragão com uma equipa 'reserva') e que criou imensas dificuldades a uma conjunto que parece acomodado sem bola. Ora, sabendo-se de antemão que as câmeras de TV, e os olhos dos espectadores e tele-espectadores, seguem, na maior parte dos casos, a bola, fica difícil perceber porque é que as anteriores versões do FC Porto (Villas-Boas e Vítor Pereira) concediam pouco tempo de jogo ao adversário e, por consequência, poucas situações de golo. Factos que assentavam numa extraordinária reacção defensiva à perda do esférico, que permitia que o FC Porto tivesse mais domínio e, por consequência, mais oportunidades para si.

Perdendo-se isso 'ganha-se' tempo a defender e probabilidades de maus resultados. E várias equipas adversárias, incluindo o Marítimo, já perceberam que se incluírem pressão na equação o FC Porto treme e pode conceder vantagens - como a que concedeu ao Marítimo, fruto de penálti de Danilo sobre Danilo Pereira (convertido por Derley) - que depois já não pode recuperar. E não pode porque as ideias do FC Porto para atacar são as ideias individuais dos seus jogadores, e se isso resultou, há uma semana, no Dragão - com um 3-3-4 à Adriaanse reeditado este sábado nos Barreiros -, na Madeira, tal insistência em não dar à equipa caminhos mais eficazes, simples e, sobretudo, colectivos, trouxe o completar de um 'trio' de derrotas (Académica, Benfica e Marítimo) que em nada cheira a um 'tetra' (campeonato).

Marítimo-FC Porto, 1-0 (Derley g.p. 13')

2 comentários:

Hugo disse...

Para mim os empates dos rivais acabam por ser maus resultados pois PF acaba por ganhar mais tempo

Ace-XXI disse...

Percebo a tua ideia mas a verdade é que os empates dos rivais permitem ao fcp continuar embrulhado na frente.
E se for campeão PF nao será o 1 treinador medíocre a conseguir esse feito.

Continuo a achar que colectivamente este Porto nao existe e que vai sobrevivendo a custa das individualidades, ainda falta muito campeonato mas parece que entramos numa fase estranha de ver quem joga pior. Será que vamos ter uma reedição do campeonato de trapatoni?