sexta-feira, abril 11

Grita Benfica (mas com moderação!).

Mais uma vitória do Benfica, incontestável, frente a um AZ que, mesmo com alguma qualidade, foi sempre incapaz de ameaçar a soberania encarnada. Tem sido essa, aliás, a grande arma deste Benfica, versão 2014: equipa concentradíssima, altamente rotinada, onde as constantes alterações não retiram a habitual coerência ao futebol praticado, onde todos os jogadores contam e assumem um papel importante.

Para os habituais "maricas" que em cada recital vermelho se limitam a debater se este ou aquele não jogou bem, se este ou aquele não está ao nível geral da equipa um conselho: divirtam-se a ver o Benfica jogar, relaxem e desfrutem das arrancadas do Sálvio, dos golos do Rodrigo, ou da dança entre o samba de Luisão e o tango de Garay. Isto claro, se gostarem de futebol.

É impressionante como 90% dos jogos do Benfica começam sem que haja um benfiquista que duvide da vitória. Parece que é um dado adquirido, o que não deixa de ser curioso. O melhor é que este optimismo todo tem a ver, não com a arrogância que normalmente afecta alguns, mas antes com a atitude da equipa, que parece apostada em jogar à bola, mais do que nunca. Muito bem.

A época está a ser muito boa mas ainda é cedo para balanços. Falta ganhar (ou perder muita coisa) e, para já, apenas estou convencido que seremos campeões. A Taça de Portugal é já para a semana e será um duro teste para a equipa. Em relação à Liga Europa, as coisas estão complicadas, com a presença do actual campeão italiano, a Juventus (um clube que adoro), o Sevilha e o Valência, equipas com um ritmo competitivo bastante elevado. Mas são estes jogos que valem realmente a pena e, ao mesmo tempo, são estes adversários que valorizam ainda mais a nossa caminhada europeia (em comparação com Lyon e Basileia, por exemplo).

Para Domingo, frente ao Arouca, tem de ser para ganhar. É isso que todos os benfiquistas esperam da sua equipa. Por mim, o Sporting que vença o seu jogo e que ajude o Benfica a focar-se contra o Arouca e, depois, contra o FCP. Festejos até às tantas, juntamente com a natural descompressão com a conquista do título, pode não dar bom resultado.

Um ano depois, os benfiquistas voltam a sonhar. Um ano depois daquele pesadelo, os benfiquistas ainda se escondem, naturalmente. A euforia está bastante contida, o que não deixa de ser um contrasenso: o futebol é muito mais bonito com a euforia dos seus adeptos, com as cores dos cachecóis agitados e o barulho das buzinas. Mas é o que temos, por agora.