quarta-feira, janeiro 29

Curtas.

1. Diz que o Benfica vendeu um jovem com enorme potencial a um empresário, por 15M. Ainda vai chegar o dia em que o Benfica vai ficar completamente subjugado a interesses de terceiros. Ups, já chegou esse dia?

2. Matic foi-se embora e com ele um futebol de classe mundial. Não pelo que tenhamos visto esta época, claro, mas por tudo aquilo que fez na passada. O Presimente (desculpa Ricardo do "Ontem" mas não resisto a adoptar a alcunha que criaste, por ser tão apropriada) LFV foi apanhado nas escut... perdão, nas câmaras de televisão (LINK) a MENTIR aos benfiquistas e a entalar pela enésima vez o treinador, ao retirar-lhe um peso pesado da equipa (que começava agora a exibir-se a um plano superior).

É hora dos benfiquistas abrirem os olhos. Já chega disto, não?

3. A Taça da Liga continua a ser maltratada por tudo e por todos. Adeptos, jogadores, dirigentes. A rábula da última jornada revela bem o que é o futebol português: existe um regulamento que obriga a que o jogo se dispute no campo do adversário, no caso de impossibilidade de utilização do campo dos visitados. Em vez de se possibilitar o jogo em campo neutro, como seria natural. Mas o pior é que ninguém sabia disso. Nem o Benfica, nem o Gil, nem ninguém. Bem sei que a regra é ignóbil mas se existe, para que servem os dirigentes? Felizmente o Benfica já estava apurado para as Meias-Finais. Mas, e se não estivesse?

4. Ainda na Taça da Liga, é hilariante ver e ouvir os adeptos portistas a defenderem o indefensável. Afinal de contas estão habituados, mas não deixa de ser muito giro. Contudo, não alinho no queixume que se instalou em Alvalade. O Sporting tem razão naquilo que é óbvio: o jogo no Dragão foi atrasado e as responsabilidades têm de ser apuradas (rir). E é apenas nisso que o Sporting se deve concentrar. Porque caso contrário, vão entrar no despique do penálti que foi ou não foi, nos penáltis contra o Marítimo, contra o Penafiel e nunca mais se entendem. E nessas conversas os portistas levam um grande avanço.

Ps: os copy-paste que surgiram em todos os blogues em relação a uns atrasos no início de alguns jogos em edições anteriores da Taça da Liga são a prova provada de que não se olha a meios para vencer no FCP. Mentem, descontextualizam, comparam o incomparável, e alegremente seguem as suas vidas, convencidos que o mundo está cheio de otários, como às vezes parece estar cheio de filhos-da-puta.

segunda-feira, janeiro 27

A grande vitória de Bruno de Carvalho

Goste-se ou não do estilo, a verdade é que Bruno de Carvalho tem feito muito pelo Sporting e pela união dos seus adeptos. Mais, tem feito também muito pelo futebol português, tomando a iniciativa de reunir os clubes da Liga e propor uma revolução no actual panorama.

Tem logo o mérito de definir quem está disposto a ouvir ideias que eventualmente possam melhor e, por outro lado, quem não quer, de maneira nenhuma, alterar o status quo. A revitalização do Sporting e a atitude de Bruno de Carvalho na defesa do clube obrigam o sistema a mostrar-se de uma maneira que já não víamos desde o final dos anos 80/princípios de 90.

O descaramento é total, independentemente da importância da competição. A vergonha de sábado passado só demonstra que Bruno de Carvalho está no caminho certo e era bom que ele não travasse esta "guerra" sozinho.

domingo, janeiro 26

Taça da Liga

Foi de facto uma vitória à Porto. Concordo com o Paulo Fonseca. São de facto vitórias destas que melhor caracterizam o Porto. Isso é inegável. Daquelas que não se viam há algum tempo.
Coincidências? pois, pois...

sexta-feira, janeiro 24

Curtas.

1. Incontornável o assunto "Veloso". A minha opinião é simples: Veloso foi um jogador à Benfica, e quem o viu jogar sabe que, tirando a espectacularidade de Coentrão (que mesmo assim, durou apenas duas épocas) ou o rigor de Schwartz, nunca mais o Benfica teve um lateral da sua qualidade e entrega.

Veloso venceu muito com o Benfica e o Benfica venceu muito com Veloso. Mesmo depois daquele penálti falhado. Terminou a carreira saíndo por uma porta que já não era do tamanho que mereceria.

E esse foi o erro do Benfica que, como instituição, falhou neste caso como em muitos outros. Não sou de endeusamentos mas quando olho para alguns que andam a papar croquetes e a ganhar ordenados no Benfica actual, depois de terem traído o clube, cuspindo-lhe em cima, não consigo ficar indiferente ao descalabro do lateral.

Independentemente da situação pessoal, social e económica de Veloso, o homem deveria ser parte activa no presente do Benfica. Pelo seu passado, claro, mas também pelo que pode siginificar no futuro, através da passagem da sua experiência em prol do clube.

Ver, ouvir ou ler benfiquistas a dizerem que o clube não é a Santa Casa é triste. Porque quem o faz não entende o básico: o problema não é ajudar o Veloso só porque estoirou como quis o dinheiro que ganhou, o problema é não termos querido que o Veloso ajudasse o clube, e que continue sem ajudar o clube, estando o clube cada vez mais distante de tudo aquilo que o Veloso tão bem representou.

Hoje, está mais do que visto, falta benfiquismo no clube. Falta Veloso, como faltam muitos outros. Ir buscá-los apenas quando se encontram na miséria seria apenas mais uma estratégia de marketing à moda de Vieira e não um decisão de fundo. Por isso, Veloso, anima-te, porque deves estar aí a receber um telefonema.

2. Sálvio está de regresso e deverá estar apto já no final de Fevereiro. Uma excelente notícia, enquanto esperamos pelo regresso de Cardozo. O paraguaio continua lesionado e não se sabe quando voltará.

3. Depois da saída de Matic, espero que não saia mais ninguém, pois isso significaria hipotecar o sucesso da equipa. O FCP reforçou-se com Quaresma e o Sporting dedicar-se-á exclusvamente ao campeonato por isso, as dificuldades para o Benfica serão mais do que muitas.

4. Os castigos ao "cuspos" e ao Carlos Eduardo continuam na gaveta.

domingo, janeiro 19

Benfica 2 Marítimo 0.

Nova vitória, tranquila e justíssima. A equipa não acusou a saída de Matic e fez 45 minutos bons. Depois houve mais 45 de algum desacerto o que impediu uma goleada. O Marítimo foi quase sempre uma equipa apática, sem grande atitude e facilitou a tarefa dos encarnados. Estranho.

A qualidade do plantel não deveria dar hipóteses em 80% dos jogos e quando temos Rodrigo, Markovic e Gaitán a jogar desta forma, sempre amparados por um quinteto defensivo concentrado e um Enzo a toda a hora, os golos e as vitórias aparecem.

Rodrigo está de volta e pouco me interessa se falha golos, tendo em conta os que tem marcado. Parece muito mais confiante e só teria a ganhar se jogasse mais adiantado. Lima continua a ser um jogador que merece todo o respeito mas as coisas não lhe estão a sair bem. O banco talvez fosse boa solução, ainda há muito jogo e vamos precisar do brasileiro do ano passado (com Cardozo cada vez mais longe).

Markovic mudou de atitude e tem justificado a titularidade. Tem tanta qualidade que é impossível ficarmos indiferentes à sua classe. Oblak, agarrou o lugar. Não sei se é superior a Artur. Sei que transmite maior confiança e que, no limite, vai falhar como Artur falhou, por isso, mais vale apostar em alguém que tem margem de progressão.

O árbitro falhou (o assistente) quando não assinalou um claro fora-de-jogo no segundo golo do Benfica. Errou também quando não assinalou penálti sobre Markovic (e ainda lhe deu amarelo por simulação) e quando não expulsou um maritimista por agredir o Gaitán. Tudo isto, para o que estamos habituados, até resultou numa arbitragem razoável (pelo menos não tendenciosa como no jogo passado).

Jesus continua com o microfone aberto e o clube continua a sofrer com isso. Já não acredito em falta de profissionalismo ou em incompetência. O que se passa é desleixo e propósito de uma estrutura que insiste diariamente em disparar sobre os seus próprios pés.

O treinador é para treinar e falar sobre o jogo. Num jogo em que fomos beneficados com um golo em fora-de-jogo, vir falar em jeito de coitadinho sobre o penálti que não foi marcado, é estúpido. Esses são assuntos que deveriam ser tratados por um dirigente que, semanalmente, fizesse o seu trabalho. Assim, temos Jesus a dar o corpo às balas e a ridicularizar o clube por não ter capacidades para desempenhar tal papel.

Os débeis que continuam a insisnuar que o Benfica foi beneficiado frente ao FCP, são os mesmos que continuarão a definhar na sua imbecilidade. E a eles o Benfica deverá ou ignorar, ou atacar sem piedade. Agora isto, é inútil.

Também gostei muito das entradas dos putos nos descontos.

sexta-feira, janeiro 17

É que nem sei por onde começar.

O Benfica virou a primeira volta do campeonato com a liderança isolada, depois de ter derrotado o FCP. Está na Taça de Portugal, onde eliminou o Sporting. É, também, a primeira equipa a qualificar-se para as meias-finais da Taça da Liga. Contudo, no universo encarnado, tudo parece estar a correr mal.

São as declarações absurdas de Jesus (já aqui falei em tempos de um açaime para o senhor, reforço a ideia), são as incongruências inexplicáveis da liderança de Vieira, são as reacções dos putos a quem começam a crescer os pêlos no peito, é a chantagem de Matic, a relva miserável do Estádio da Luz, as contas no vermelho, o Hugo Leal na Benfica TV.

Este Benfica de LFV não sabe conviver com o sucesso. São constantes tiros nos pés que, aliados por vezes aos "azares" das arbitragens, deitam por terra todo o (bom) trabalho feito.

Vamos por partes.

Ainda o clássico
Diz o senhor que recebe árbitros em casa que o FCP foi prejudicado e roubado e mais não sei o quê. Como reage o Benfica? Com o silêncio. Em vez de se ripostar com vigor ao senhor que recebe árbitros em casa, deixa-se passar a ideia que só ganhámos porque o homem do apito assim o quis.

Diz o senhor que recebe árbitros em casa que o árbitro "não sabe apitar jogos do FCP". Pois não sabe, isso é por demais evidente, especialmente por não ter assinalado um fora-de-jogo claríssimo a Jackson no lance mais perigoso do jogo do FCP, um penálti do tamanho do mundo a Mangala ou uma mão de Quaresma um segundo antes da bola ter tocado na mão de Rodrigo, como alguns paneleiros andaram a vincar esta semana toda. Sim, é provável que Garay tenha feito falta para penálti e que o lance de Jackson tenha sido mal interrompido. Mais do que isso é pura imaginação, delírio e criatividade. Afinal de contas o senhor que recebe árbitros em casa ainda tem boa capacidade para isso.

Saída de Matic
Não percebo várias coisas neste assunto. Mas é óbvio que Matic forçou a saída. E é óbvio que o Benfica não tem dinheiro, daí a necessidade de vender. O sérvio, com anteriormente Witsel, por exemplo, não resistiu à cor do dinheiro o que, a esta distância, é perfeitamente compreensível.

A equipa vai sentir a falta do "melhor médio defensivo do mundo". Mas, digo eu, a equipa tem sentido a falta do mesmo desde que a época começou. Matic esteve sempre em baixo de forma, apesar de ter acabado num plano razoável.

O plantel tem soluções para, a nível interno, garantir a vitória no campeonato. E estou certo que Jesus vai resolver, bem, esta questão. Com o regresso de Sálvio as coisas podem melhorar, até. Já Cardozo, dizem-me, não se sabe quando voltará.

Entretanto, Ola John parece estar de saída. É uma pena se se confirmar. O holandês é um jogador muito inteligente, tecnicamente superior e, ainda este Quarta-Feira, fez uma boa exibição, tendo em conta a pouca utilização. Mas Jesus prefere maltratar o rapaz publicamente.

Benfica TV
Parece que se tornou num antro de "facadistas". Agora até o Hugo Leal por lá anda. Depois de ter visto o Pacheco a comer gambas, ter de gramar a pastilha de mais um traidor é demasiado terrível. Quem toma estas decisões?

Discutir o Benfica
No início da época passada escrevi sobre a dificuldade que existia em encontrar algum equilíbrio em blogues benfiquistas. Só piorou. De um lado marcham os fiéis do comandante Vieira, implacáveis. Do outro, e cada vez mais, alguns alucinados com a mania da perseguição. As posições estão cada vez mais extremadas e é quase impossível discutir seja o que for sem ter de gramar com debilidades insuportáveis. O Benfica já bateu no fundo e estes benfiquistas continuam a escavar ainda mais fundo. Contudo, diga-se, o seguidismo da actual direcções é bem mais chocante e perturbador.

Outras cenas
Depois de terem castigado o Enzo (com imagens da Benfica TV), ainda estou à espera que façam o mesmo com o ordinário do "cuspos" do FCP e com o Carlos Eduardo (pelo que fez depois de receber um cartão vermelho em Alvalade).

Emtretanto, chamaram-me à atenção para isto, que está à venda no site oficial do Benfica:


Chama-se "Vodka Preta Eusébio". Depois da T-shirt "A mão de Vata", o criativo da Luz continua a bombar ideias. De merda.

quarta-feira, janeiro 15

Voltar aos golos na Taça da Liga

Ninguém liga a esta Taça, é verdade. No entanto, se estamos envolvidos nesta competição, convém levá-la a sério, principalmente quando só nos resta o campeonato. E calhando no grupo do Porto, eliminar o campeão nacional nesta fase é sempre aliciante. Por isso o resultado de ontem foi tão bom. Os números foram exagerados? É possível, mas este 3-0 dá muito jeito, sendo um importantíssimo critério de desempate.
Foi bom voltar (oficialmente) a marcar e melhor ainda foi aumentar para oito o número de jogos consecutivos sem sofrer, ontem principalmente pela ineficácia dos insulares.
Destaque para o fantástico golo de Carlos Mané e para as exibições de Boeck e do inevitável William Carvalho.
Agora resta esperar que o Penafiel não saia do Dragão com um cabaz...

domingo, janeiro 12

À Luz do 'SL Eusébio' se derreteu um Dragão de cera

Se surpreende, e irrita, alguém que o FC Porto torne a perder na Luz, então a 'culpa' terá que ser atribuída aos colectivos portistas que, nas passadas três épocas, fizeram parecer fácil a conquista de pontos em casa do Benfica. E dizemos ''fizeram parecer fácil'' porque, obviamente, essas conquistas nunca o foram. Para se ganhar (ou pelo menos não perder) na casa de um dos maiores rivais, o grau de concentração tem de ser máximo e a resposta aos melhores momentos do adversário tem de ser (imensamente) forte, e isso foi coisa que, neste domingo, o FC Porto de Paulo Fonseca, para além de outros erros, nunca teve. O Benfica, com um jogo bastante conseguido em todos os aspectos, regressou assim às vitórias frente ao rival da Invicta, podendo juntar os três pontos - que lhe garantem a liderança isolada da Liga - a uma bonita homenagem ao seu melhor jogador de sempre: Eusébio da Silva Ferreira.


Uma prova de respeito que se estendeu até às camisolas dos jogadores encarnados, onde, em vez do nome dos pupilos de Jorge Jesus, se pôde ler ''Eusébio''. E, mesmo que se queira tirar o contexto emocional da análise ao Clássico, isto de ter onze 'panteras negras' em campo tem que ter ajudado. Ainda para mais se repararmos na forma como o Benfica disputava cada lance, cada bola dividida, cada confronto com um jogador do FC Porto. Por outro lado foi extremamente visível a falta de controle emocional do colectivo portista, principalmente na imensidão de passes errados ao longo de todo o desafio. E nesse 'campo', foi até um regresso que Paulo Fonseca promoveu ao eixo da defesa quem mais esteve em foco - pelo lado negativo. Otamendi não tem um (!) único passe acertado na primeira-parte, não surpreendendo por isso que, já depois de ter errado dois na tentativa (sempre frustrada) de sair a jogar, à terceira, outra das suas 'experiências' acabasse por estar na origem do primeiro golo do Benfica.

Rodrigo - depois de Jackson ter ficado a centímetros do golo, aos 9' - finalizou de maneira extremamente eficaz - fuzilando Helton - numa jogada que demonstra todo o poder de decisão de Lazar Markovic. O sérvio ganhou a tal bola mal endossada por Otamendi e galgou pelo meio-campo portista afora, medindo de forma exemplar o tempo e o espaço para entregar ao avançado espanhol. Uma desvantagem que seria, sempre, para desconfiar, não fossem os portistas 'experts' em gelar a Luz. Mas isso, a acontecer, terá que estar guardado para outro dia, pois este estava destinado a perdurar na memória encarnada como uma homenagem selada com chave-de-ouro. Algo que se foi tornando óbvio de cada vez que o FC Porto tentava imprimir o estilo das épocas anteriores. Passe curto, na tentativa de controlar o ímpeto encarnado, mas uma falta gritante de solução perigosa no último terço, o que, aliado à falta de uma pressão convincente no momento da perda da bola, impedia uma reacção forte, e corajosa, ao melhor período do Benfica.

De modo que neste contexto estar, ao longo do jogo, na pele de um adepto do FC Porto que tenha visto esta partida não deveria ser uma experiência nada agradável. Pela mente ecoariam certamente as conquistas anteriores - ou pelo menos outros jogos em que a equipa praticou na Luz um futebol 'à Porto' - daí que a esperança que as coisas mudassem depois do intervalo terá que forçosamente ser metida na equação. Mas aí, na resposta a mais uma tentativa infrutífera de recriar o futebol das últimas épocas (controlar o Benfica no seu meio-campo usando passes curtos), os encarnados marcaram e gelaram toda a expectativa de que o jogo pudesse ter outro dono que não a equipa de Jorge Jesus. Um golo que surge ainda a segunda-parte não tinha 'aquecido'. Garay, aos 53', 'corrigiu' - com uma excelente movimentação e cabeçada - um erro de Artur Soares Dias na jogada anterior, em que deixou passar um penálti claro (por mão na bola) de Eliaquim Mangala. Contudo o central argentino haveria de aproveitar o canto assinalado, para fazer, com golo, esquecer esse momento infeliz do árbitro da partida, e para dificultar ainda mais uma tarefa portista que já parecia bem improvável.

Algo que tem uma explicação também ela bastante clara. Ao FC Porto 'Série Fonseca' falta-lhe carácter, controle emocional - momentos depois do segundo golo encarnado, foram várias as confusões entre jogadores -, e sobretudo ideia de jogo. O que convenhamos não se constrói lançando jogadores para o relvado na tentativa que algo mude por algum lampejo individual. A entrada de Quaresma (por Licá) o prova, quase tanto como o (novo) desaparecimento de Carlos Eduardo de outro 'jogo grande'. Para o(s) jogador(es) sobressaírem terá que haver colectivo, e uma ideia forte, algo que este FC Porto não tem, por mais vezes que cruze para a área à espera que Jackson resolva. Esse é o principal problema dos campeões nacionais. E ainda que possa haver alguém que se vá lembrar que Artur Soares Dias teve uma tarde para repensar alguns dos seus critérios (esteve manifestamente mal ao não deixar seguir uma bola que deixava Varela isolado e expulsou mal Danilo por alegada simulação - ainda que não fosse penálti o lateral não forçou a queda), tudo isso só retirará a culpa própria da análise que tem ser feita a um jogo onde o Benfica acabou por ser superior em todos os momentos do mesmo.

Benfica-FC Porto, 2-0 (Rodrigo 13' e Garay 53')

Foto: Nuno Pinto Fernandes/Global Imagens


www.facebook.com/agambeta

OJogo, ABola e Record em sintonia com a liderança, finalmente.

Vitória incontestável do Benfica. Bom jogo de futebol. Agora é embalar, se for possível. A equipa da Luz esteve muito bem, apesar do 442 do bico para a frente. Houve garra e coesão e quando se junta a isto a qualidade de Markovic, Garay, Maxi, Matic, Enzo, Gaitán ou Rodrigo, os adversários e os árbitros pouco podem fazer.

Benfica 2 - Porto 0

Venceu o Benfica. Foi melhor em todos os capítulos do jogo. O Eusébio foi homenageado. A Luz fez homenagem que o Rei merecia.

Soares Dias é um grande artista. Olho para ele e não consigo esquecer o histórico Braga-Guimarães de há uns anos atrás. O homem tem arte e tentou inclinar o campo até ao 2-0. Hoje não era dia, e o Porto não fez a sua parte.

sexta-feira, janeiro 10

Espírito do King assiste à batalha das cautelas

Parece incrível que depois de disputar, e de assistir, a tantas batalhas pela hegemonia do futebol português, Eusébio não esteja presente, no domingo, para novo e escaldante duelo. E tantos deles foram contra o FC Porto - como outros contra o vizinho Sporting. Mas a verdade, tão nua como crua, é que o King já não estará entre nós, pelo menos em corpo, como em tantos outros clássicos. A sua morte, incrivelmente respeitada por quase todo o país futebolístico, merece também a homenagem com a bola a rolar. Ele que enquanto jogador assustou os nortenhos, ficando ligado a um período dourado do Benfica, mas que os 'ajudou', com isso, a despertar para a ambição de 'ganhar tudo', demonstrando, ao serviço do Benfica e da Selecção Nacional, que era possível. Após a sua retirada, Eusébio, viu o FC Porto crescer para um nível que provoca agora uma reacção contrária à de quando o Pantera Negra desfilava pelos relvados. Coisas do tempo. Os dragões souberam crescer e na altura que o maior símbolo benfiquista (infelizmente e cedo demais) desaparece, dominam agora os confrontos com o rival da capital.




Não estaremos em erro se referirmos que o FC Porto se chegou 'à frente' recorrendo a algo que é tão antigo como o próprio jogo. Aliás, até o Benfica de Eusébio usou, e abusou, dessa arma para chegar ao topo do Mundo. Falamos, pois claro, da ambição e essa tem, sem sombra de dúvida decidido os últimos clássicos - quer na Luz, quer no Dragão. Quase todos eles têm pesado mais na balança portista e em quase todos eles há uma história parecida para contar. Quer seja no momento de montar a equipa, quer seja no plano a apresentar para atacar o adversário, quer seja nas substituições operadas, o FC Porto - desde André Villas-Boas - tem partido à frente do Benfica de Jesus. Enquanto que os dragões não mudaram o sistema, o estilo, as ideias e as posições, usando as substituições para sublinhar, até, as decisões do plano, Jorge Jesus fez tudo o contrário.

De David Luiz a Roderick, do jogo ofensivo ao jogo sem bola, o Benfica deparou-se sempre com um FC Porto de controle e de posse, pressionando com grande intensidade sempre que perdia o esférico. Momentos que fazem sorrir os portistas mas que agora recordam a expressão ''do passado vivem os museus''. E na nova infra-estrutura portista se poderá recordar o assomo de ambição que foi a substituição de Kelvin por Lucho - que culminou no momento-chave da Liga da época passada. Mas agora a história é diferente pois a juntar a Jesus, Pinto da Costa decidiu adicionar aos clássicos outro 'cauteloso' treinador. Ao FC Porto de Paulo Fonseca ainda não se lhe viu coragem suficiente para se augurarem decisões como a retirada de Rúben Micael, por James (meias-finais da Taça), ou a aposta em Djalma na lateral-direita (na vitória por 2-3 em 2011/12). Aliás, o técnico portista já assumiu, em Alvalade, uma postura notoriamente cautelosa, assumindo, por arrasto, não conhecer a cultura da massa associativa portista. E a julgar pela renitência, e teimosia, em alterar a dinâmica de um meio-campo que já custou os 'oitavos' da Liga dos Campeões ao FC Porto, não se esperem de Fonseca grandes e ambiciosas intervenções.

Daí que talvez a inoperância mostrada pelos dragões ao longo da época - o FC Porto só conseguiu boas exibições na segunda parte frente ao Braga e na vitória caseira frente ao Olhanense (4-0) - talvez seja o maior trunfo de um Benfica que pouco tem para mudar em relação às outras épocas. A desconfiança num clássico arrojado, de parte a parte, é por isso enorme, e talvez a probabilidade do Benfica mudar os seus padrões seja tão grande como a do FC Porto aparecer tão incisivo na Luz como nas épocas recentes. Isto se o espírito futebolístico de Eusébio não aparecer na Luz a contagiar as duas equipas. Mas aí a ambição do King será como um sopro, que só apanhará quem tiver a vela bem içada...

«...nunca fui para um jogo com o Benfica pedindo algo diferente aos jogadores. Nunca pedi para deixarmos de pressionar, para deixarmos de ter a iniciativa, e a bola. Isso nunca. Isso seria adulterar a essência do treino e dar uma indicação clara de que estamos receosos. Parti sempre para ganhar, mas fiel à nossa identidade.» (Vítor Pereira, hoje, em entrevista a O JOGO)

www.facebook.com/agambeta

quinta-feira, janeiro 9

Hilariante.

O Sorteio da Taça de Portugal (link) ditou um Penafiel, perdão, um Benfica, a jogar fora contra um... Penafiel.

terça-feira, janeiro 7

Curtas.

1. O Rei morreu, o país parou durante um bocado e os habituais filhos da puta saíram da toca para verter um pouco de fel. Não são apenas tacanhos e imbecis. São uns enormíssimos filhos da puta.

2. O Sporting, através da presença de Bruno de Carvalho, marcou uma posição importante e que rompe, claramente, com o passado recente e aquilo que foi a postura da direcção anterior. Merece o meu aplauso e ainda mais o meu respeito.

3. No fim-de-semana há dois jogos muito importantes: Benfica-Porto e Estoril-Sporting. Os canarinhos jogam um futebol muito bom e não será, certamente, um jogo fácil para o Sporting. Contudo, o favoritismo é verde pelo que é natural que possa ganhar pontos a pelo menos um dos seus adversários directos na luta pelo título.

Na Luz, e aproveitando a emoção causada pela morte de Eusébio, haverá com certeza uma força qualquer vinda das bancadas e se a equipa souber capitalizar esse apoio pode, finalmente, vencer o FCP (já lá vão uns anitos).

4. Quaresma está de regresso ao FCP. É uma boa contratação? Eu acho que sim.

5. Rinaudo, um jogador que era idolaterado em Alvalade há poucos meses atrás, vive no esquecimento. Falta-lhe qualidade, para Jardim? Confesso que nunca o achei grande espingarda.

domingo, janeiro 5

Eusébio.

Créditos de Pedro Gonçalves

"Eusébio atiiiiiira... Golo! Golo do Benfica. Golo de Eusébio!".

"Os jogadores faziam barreira e o Eusébio preparava-se para bater o livre. Só que os jogadores estavam todos de costas para a bola. Nisto, o guarda-redes, grita: virem-se para a frente! E diz um dos jogadores que estavam na barreira: então, e só tu é que vês o golo?!".

Eusébio, jogador do Benfica. Jogador do mundo.

Até Sempre Rei Eusébio

Sabia-se que o dia ia chegar. Que estava cada vez mais próximo.
O Benfica e o futebol português estão de luto!

quinta-feira, janeiro 2

Benfica para o que falta.

2013 foi um ano madrasto para os benfiquistas. Em duas semanas tudo se perdeu e sempre de forma cruel, ora com golos sofridos nos descontos, ora em fora-de-jogo, e até auto-golos. O final da época foi penoso, com alguns episódios que envergonharam o mundo benfiquista. Mas sobre isso, já tudo se disse, e já tudo se escreveu.

A nova época começou com uma derrota e a permanência de Jesus está permanentemente em cima da mesa. Luis Filipe Vieira sabe gerir como ninguém as culpas e deixará JJ na mão assim que tal seja possível ou conveniente.

A equipa ressentiu-se da lesão do seu melhor jogador, Sálvio, e a ausência prolongada de Cardozo diminiu a qualidade ofensiva. São, de facto, duas ausências de vulto mas que não explicam o péssimo futebol praticado na maior parte dos jogos.

Estamos na frente do campeonato, é verdade. Mas apenas com um terço disputado e já com as abébias todas concedidas. Continuamos na Taça de Portugal, depois de eliminarmos o Sporting, um potencial vencedor.

Na Europa, mais do mesmo. A bitola de JJ é baixíssima e os falhanços sucessivos na LC, em grupos medíocres, são encarados com a maior das naturalidades.

Para o Benfica, a época pode estar agora a começar. Ainda muita coisa pode ser ganha. Falta bom futebol, falta qualidade de forma consistente, falta quase tudo. Mas ainda vamos a tempo.

Destaques

Artur
O brasileiro é apenas um guarda-redes mediano. Na verdade, nunca vi ali nada mais do que isso e os erros que acumulou fizeram dele um "Quim", o que nunca poderá ser bom. Oblak deve ter a sua oportunidade mas, do que vi, não sei se será muito melhor. Contudo, prefiro que se aposte num puto com potencial.

Garay e Matic
Têm muita classe mas com a cabeça noutras paragens é complicado. Vitor Pereira enfrentou um problema parecido na sua primeira época. Jesus, caso os internacionais fiquem no plantel, pode "ganhar" dois jogadores no que falta da época (até agora estiveram praticamente ausentes).

Fejsa
Custa-me que este tipo de jogadores façam parte da equipa. O homem não dá uma para a caixa, faz faltas atrás de faltas. É consistente, sim. Na falta de qualidade. Não é jogador para o Benfica e com ele em campo reina a confusão.

Maxi, Siqueira, Cortez, Sílvio, Almeida
Maxi tem surgido nos últimos jogos em boa forma. Contudo, parece sempre distante. Siqueira é apenas razoável. Tecnicamente é básico e mostra ser incapaz de provocar desequilibrios ofensivos (trabalha sempre em esforço). Para além disso, é feito de porcelana. O brasileiro não é jogador de futebol mas isso foi o que eu aqui escrevi depois de ver o seu primeiro jogo. Sílvio é um equívoco. Fez dois bons jogos mas de resto é sempre uma nulidade absoluta. Não compreendo como se pode ser tão fraco e fazer carreira no mundo da bola ao mais alto nível. Por fim, Almeida, para mim o melhor lateral, nunca joga.

Lima, Rodrigo
O brasileiro anda francamente a jogar mal. Não acerta uma e parece sentir a falta de Cardozo (nunca será capaz de substituir o paraguaio). Regista-se a entrega mas, é pouco. Já o espanhol anda ligeiramente melhor mas continua com um futebol confuso. Contudo, tem a desculpa de nunca jogar a 9, que é o seu lugar.

Amigos da Sérvia
Markovic, Djuricic e Sulejmani mostraram ainda muito pouco. Markovic tem muito talento mas tem uma atitude de merda. Ou muda (muito) ou vai fazer uma carreira parecida com a de Dani. Djuricic pouco se viu, assim como Sulejmani. Parecem-me todos bons jogadores mas com uma intensidade quase nula. Têm de mostrar muito mais.

Ola John
Custa-me ver o holandês com um pé fora do Benfica. É um jogador muito inteligente e não está a ser devidamente aproveitado. Tem de jogar mais, até porque já mostrou muita qualidade e empenho.

Gaitán
Está a fazer uma época razoável mas eu continuo a achar que só joga quando quer e isso é inadmissível. Não sente o lugar em perigo e isso torna-o ainda mais relaxado. Contudo, por vezes, parece ser o único que joga bem, o que diz muito do resto da equipa.

Cavaleiro
Gosto. Tem coragem, tem técnica e joga sempre com vontade. Posso estar a exagerar, mas parece-me um jogador à Benfica.

Amorim, Gomes
Foi um bom regresso, voltou mais concentrado, mais focado e mais jogador de equipa. Contudo, é mais um que sofre de lesões dia sim dia não. André Gomes é um jogador que aprecio mas, enfim, parece que só serve para jogar no jogo mais complicado da época.

Enzo
O melhor de todos. Uma máquina.

Posto isto, se jogadores como Matic, Garay e Lima voltarem à boa forma, se Sálvio ainda puder ajudar, se Cardozo regressar (tem ido duas vezes por mês à Suíça por causa da hérnia), se os sérvios decidirem jogar à bola, se Ola for aproveitado, se Oblak não fizer pior do que Artur, se Enzo não se lesionar, se os laterais pelo menos não estragarem nada, talvez a equipa volte a jogar bom futebol e, talvez, ganhemos qualquer coisa de jeito no final da temporada (leia-se CAMPEONATO).

São muitos "ses". Mas lá está, com LFV e JJ no comando, queriam o quê?